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Cearense faz campanha bem-humorada contra seguradora por estar há 200 dias sem carro

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Sem o carro na garagem, Diego Henrique resolveu encarar o problema com bom humor (FOTO: Arquivo pessoal)

Sem o carro na garagem, Diego Henrique resolveu encarar o problema com bom humor (FOTO: Arquivo pessoal)

Há quase 200 dias com o carro na oficina, sem previsão de entrega, um professor universitário resolveu transformar a chateação em algo divertido, que chamasse a atenção dos internautas. Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para gerar conteúdo e reclamar da demora em receber o automóvel.

Em 30 abril de 2015, o professor envolveu-se em acidente de trânsito, na rotatória da Avenida Coronel Miguel Dias com a Rua Firmino Rocha Aguiar, no Bairro Guararapes, em Fortaleza. “Logo após o sinistro, acionei o reboque da seguradora e, no dia seguinte, comuniquei ao meu corretor de seguros. Meu veículo foi levado para a oficina credenciada pela seguradora. A partir daí, a oficina e a seguradora não entraram em contato comigo”, lembra.

Recebeu um carro reserva disponibilizado pela Bradesco Seguros. Entretanto, o automóvel Ford New Fiesta de Diego continuava sem receber os reparos por faltar as peças necessárias para que o conserto fosse realizado. “Passei a ligar semanalmente para a oficina. Sempre que perguntava por prazos, era informado que a oficina não trabalhava com prazos e, sim, com previsões. Quase que, diariamente, era dada uma justificativa diferente para a não-conclusão do serviço”, afirma.

Entre os transtornos apontados estavam a dificuldade em igualar a cor da pintura das peças repostas com a cor original do veículo, e problemas no sistema elétrico do carro e na parte mecânica. “Ao ligar para a oficina, recebia a informação de que o carro estaria pronto no dia seguinte. Essa informação foi se repetindo por semanas. Três meses depois do acidente, fui visitar a oficina, constatei que o carro ainda estava com partes desmontadas, apresentava problemas no capô e no sistema ABS dos freios”.

Campanha no Facebook

Com promessas vagas e prazos estendidos diariamente, Diego decidiu reclamar publicamente nas redes sociais, de uma forma bem diferente. “Não sou a favor de gente que aproveita o espaço nas redes sociais para só ficar reclamando da vida e dos problemas que tem. Isso é chato para quem escreve e ainda mais para quem lê”, conta. Veio, então, a ideia de produzir posts no Facebook denunciando a situação com humor, para que conseguisse chamar a atenção da seguradora “sem lotar a timeline dos internautas com ‘mimimi’ e cara feia”.

O cearense passou a compartilhar textos, imagens e vídeos, apropriando-se de dados que recebe do processo e fazendo a contagem de dias sem o carro. Publicações como “guardar domingos e festas está mais fácil do que guardar o carro na garagem” ou “com mais de mil gols, Pelé podia me emprestar um” parecem ter boa aceitação das pessoas. “Alguns falam que esperam para ver qual será o post de amanhã e outros dizem que é um paradoxo; porque, ao mesmo tempo que torcem para que eu receba o carro de volta, também torcem para ver o post seguinte”, brinca.

Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Carro Ford New Fiesta do cearense segue há quase 200 dias na oficina (FOTO: Arquivo pessoal/Diego Henrique) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook) Diego Henrique Oliveira, de 30 anos, decidiu se apropriar da linguagem de memes e vídeos das redes sociais para cobrar agilidade no caso (IMAGEM: Reprodução/Facebook)

Logo após a primeira postagem, a Bradesco Seguros comprometeu-se em enviar uma resposta em até cinco dias úteis, de acordo com Diego, mas não voltou a fazer contato. Além da demora, outro problema citado por ele é a falta de um carro reserva. Durante os quase 200 dias à espera do automóvel, só teve dois veículos disponibilizados pela seguradora, por apenas 15 dias cada. “Solicitei uma terceira vez, mas o superintendente da Bradesco Seguradora me disse que não seria possível, independente do quanto estivesse demorando o processo de reparo do meu carro”.

Enquanto não tem notícias precisas do automóvel, o professor recebe a ajuda de amigos para se deslocar ao trabalho, com caronas e até empréstimo de bicicleta. “Alguns professores, quando o horário é semelhante ao meu, me oferecem carona para o trabalho. Um amigo me emprestou por uns quatro meses a bicicleta dele, o que me ajudou a ir ao trabalho durante os dias que não precisava levar muito material. Algumas vezes tenho que recorrer ao táxi”, completa.

Dentre os prejuízos causados, Diego aponta o pagamento das taxas como licenciamento e IPVA, sem fazer o uso do direito; mobilidade reduzida; depreciação do veículo; dificuldade para ir e voltar do trabalho duas vezes por dia; elevação das despesas (aumento da conta telefônica em razão das ligações para oficina e fornecedores e ainda devido às tarifas pagas em táxis); cancelamento de consultas médicas e perda da garantia do veículo. “O próximo passo é acionar judicialmente a seguradora”.

Em contato com a assessoria da Bradesco Seguros, o Tribuna do Ceará foi informado – por meio de nota – que a empresa “entrou em contato com o segurado Diego Henrique Oliveira de Paiva para esclarecer o assunto”.


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