Em um estacionamento, há uma fileira de carros que chamam atenção. Não somente por características físicas, mas pelo valor final. BMW, Mercedes, Audi, Ferrari… Todos pertencentes a um grupo de apaixonados por carros esportivos do Ceará, o Dream Cars Club de Fortaleza.
Carlos Alencar, corretor de imóveis, e Yngor Fialho, empresário, são os responsáveis pelo grupo. Eles e mais quatro amigos de longa data resolveram criar um “clube do bolinha” para falar especificamente sobre carros. Após quatro anos, o grupo contra com 70 pessoas.
Carlos, conhecido como “Gostosinho”, esclarece que o grupo se trata de um hobby. “Ninguém usa esses carros no dia a dia. A gente compra mais pelo desejo, aquele sonho de consumo desde criança. Qual o homem que não gosta de ter um bom carro?”
“Ninguém usa esses carros no dia a dia. A gente compra mais pelo desejo”. (Carlos Alencar)
De fato, os veículos atraem diversos olhares por onde passam, e os donos admitem gostar de que seus carros chamem atenção. Por outro lado, ser chamativo pode acarretar a falta de segurança. Por isso, alguns carros são blindados, já outros participantes contratam seguranças.
Reunidos todas as quartas-feiras, a conversa é basicamente sobre carro. Peças, novidades, lançamentos ou alguma customização feita em um dos veículos. O carro mais caro do Dream Cars Club é uma Ferrari 458, avaliada em R$ 1,4 milhão. Porém, o grupo também aceita carros nacionais, como o Golf e o New Beetle.
“O grupo é aberto, mas tem que ter carro esportivo. A pessoa vem para as reuniões e, tendo aprovação de todos, entra para o grupo. É necessário que compre um rádio comunicador para ajudar a respeitar a lei de trânsito, quando for necessário sair em comboio. Por fim, pagar uma taxa mensal para comprar cestas básicas, que serão doadas”.
As entidades são escolhidas mensalmente. O grupo ainda dá preferência às menos assistidas e de qualquer lugar do Ceará. Lar Torres de Melo e Instituto dos Pobres de Maranguape foram algumas das escolhidas.
Mesmo sendo um grupo aberto, algumas atitudes não são aceitas. Por exemplo, não pode desobedecer as leis de trânsito. “A gente já expulsou uma pessoa porque saiu dando cavalo de pau”, relembra Carlos.
Algumas viagens são organizadas para que eles possam dirigir os carros. Em Fortaleza, o trânsito é mais travado e fica ruim dirigir um carro com motor tão potente pelas ruas. Outro problema acontece com relação às rampas de condomínios, que podem danificar o carro. Dessa forma, alguns participantes precisam guardar os veículos em outra garagem.
O grupo ainda desperta sentimentos controversos. Há quem goste e há quem odeie. “Sempre tem críticas. Chamam de playboyzinho e não sabem que por trás há um trabalhador que entra no escritório às 6h30 e sai às 20h. Mas a gente tem tanta coisa para se preocupar, que nem ligamos”, acrescentou Yngor.


